Sessão HUPEpoca! Filme: Casa Vazia

Olá, querido leitor!

A proposta da Sessão Hupepoca é trazer a você sempre uma dica de filme que possivelmente passará desapercebido por você na hora de escolher algo para assistir. E talvez a dica dessa semana seja a mais diferente de tudo o que já passou por aqui.

É provável que você nunca tenha visto nenhum filme produzido no eixo Japão-Coréia do Sul, mas certamente o cinema oriental tem se tornado uma mina de produções interessantes e belas, como os inesquecíveis A Partida e OldBoy.

O filme dessa semana é o drama oriental Casa Vazia.


Ambientado no Japão, o filme mostra a história de um rapaz que tem uma existência nômade: a cada uma ou duas noites, invade casas cujos donos estão ausentes, em férias ou viagens de negócios. Mas não se trata de um ladrão. O jovem apenas quer desfrutar de uma boa noite de sono e limita-se a ver tv, tomar um banho e fazer alguma coisa para comer. Em retribuição pela estadia, conserta pequenos objetos da casa e lava as roupas dos seus moradores.

De casa em casa, o jovem Tae-Suk vai vivendo a vida alheia, sempre solitário. De dia passa nas ruas panfletando as portas das residências e à noite retorna para verificar qual das casas ainda mantém o panfleto intacto, sinalizando que não há ninguém no local. Assim escolhe sua residência provisória. Mas numa das invasões, acaba dando de cara com a dona da casa, uma linda modelo maltratada pelo marido.

Cria-se um laço instantâneo entre o jovem e a moça, Sun-Hwa. E para salvá-la dos maus-tratos, o jovem a leva consigo, carregando-a para a vida de invasões nas casas vazias.


Seria apenas mais uma história comum, não fosse o fato do filme não ter diálogos entre os personagens principais. Os coadjuvantes, como o marido da moça, falam normalmente. Mas o relacionamento entre Tae-Suk e Sun-Hwa se dá somente em expressões corporais. Nenhuma palavra é trocada. E, de fato, nem é necessário. Ele encontra nela um alento para sua vida tão solitária. Ela encontra nele uma saída para a sua vida e casamento tão sofrido. Tudo o que poderia ser dito, soaria redundante.

E é com esse silêncio surreal que o telespectador adentra essa história, acompanhando todos os problemas que surgem em decorrência das invasões e vendo os personagens salvarem um ao outro.

Algumas cenas são belíssimas e contam com uma fotografia interessante, cheia de ângulos incomuns e detalhes majestosos. Além disso, o silêncio entre o casal principal dá lugar à uma graciosa trilha sonora, toda em japonês (é claro!).


Dirigido por Kim Ki-Duk, de Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera, esse é um filme que fala (ou emudece)  sobre a dureza da solidão, o mal do aprisionamento numa vida infeliz, de amor e da importância da liberdade.


Recebeu quatro prêmios no Festival de Veneza, em 2004: Prêmio FIPRESCI, Pequeno Leão de Ouro, Prêmio SIGNIS - menção de honra e um prêmio especial de direção. Concorreu ao Leão de Ouro.
Em 2005 foi indicado ao Prêmio David di Donatello na categoria de melhor filme estrangeiro.


Com um final arrebatador e com cenas inesquecíveis, esse filme merece entrar na sua lista!




Confira abaixo o trailer do filme:


Ficha Técnica


Título Original: Bin-jip
Gênero:Drama
Duração:1 hr 35 min
Ano de lançamento: 2004
Estúdio: Cineclick Asia / Kim Ki-Duk Films
Distribuidora: Sony Pictures Classics / Imovision
Direção: Kim Ki-Duk
Roteiro: Kim Ki-Duk
Produção: Kim Ki-Duk
Música: Slvian
Fotografia: Jang Seong-Back
Edição: Kim Ki-Duk



Espero que você assista e goste tanto quanto eu gostei!

Até a próxima,
Saudações Hupe!
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